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Quando foi a última vez que você fez nada?

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Como a cultura da exaustão nos engoliu – e a busca para sair dela.


Você consegue ficar 5 minutos sem fazer absolutamente nada?

Está trabalhando hoje em algo que realmente ama?

Acredita que vontade e esforço são suficientes para chegar onde deseja?


Se essas perguntas te causaram um certo desconforto, saiba que você não está sozinho. E, sinceramente? Isso é mais comum do que parece.

Vivemos na era da produtividade extrema, onde ser “imparável” virou um mantra. Estamos em um mundo onde ser produtivo virou uma obsessão. 


Byung-Chul Han, no livro A Sociedade do Cansaço, mostra como passamos de uma sociedade disciplinar, onde éramos controlados por regras externas, para uma sociedade de desempenho, onde somos nós mesmos que nos cobramos o tempo todo. Trabalhamos além do limite, achamos que nunca estamos fazendo o suficiente e, quando falhamos, a culpa é nossa.


O pior? Achamos que estamos no controle. Mas, na real, viramos escravos de nós mesmos, correndo atrás de metas, sucesso e alta performance sem nunca parar. 


Na sociedade do cansaço, cada indivíduo é senhor e escravo de si mesmo." Byung Chul Han

E nessa lógica, temos frases “gracinhas” como: 


🔹 “Trabalhe enquanto eles dormem.” 

🔹 “O que você faz da meia-noite às 6h define seu futuro.”

🔹 “Camarão que dorme, a onda leva.” (essa é minha predileta 😉 – contém ironia) 



 

O preço que ninguém conta


A pressão para estar sempre um passo à frente gera uma competição silenciosa e solitária. 

O resultado? Ansiedade, depressão e um número crescente de pessoas buscando medicamentos para dar conta do dia.


No Brasil, isso é ainda mais grave. A desigualdade social intensifica a sensação de insuficiência e nos empurra para um ciclo de trabalho contínuo.


Se “não ter tempo” virou o status quo, a grande questão é:  Temos tempo para refletir sobre isso?



Byung-Chul Han não fala apenas sobre o problema da auto-exploração, mas também aponta caminhos para escapar desse ciclo de exaustão. 


Aqui estão algumas formas para minimizarmos essa "prisão":


✅ Aceitar o ócio sem culpa – Descansar não é perder tempo. O ócio é essencial para a criatividade, reflexão e até para a produtividade de verdade.


✅ Redescobrir o tédio – Estamos sempre tentando nos ocupar, mas o tédio pode ser um espaço para ideias novas surgirem. Nem tudo precisa ser útil o tempo todo.


✅ Fugir da cultura do "hustle" – A ideia de que precisamos estar sempre produzindo e melhorando é uma armadilha. Trabalhar menos pode significar viver melhor.


✅ Valorizar conexões reais – A hiperconectividade nos deixa mais ansiosos. Encontrar tempo para conversas sem pressa e interações presenciais faz bem para a mente.


✅ Aceitar a imperfeição – Nem tudo precisa ser otimizado. Nem todo hobby precisa virar negócio. Nem toda pausa precisa ser "produtiva".


✅ Desacelerar de propósito – Caminhar sem destino, ler sem pressa, observar o mundo ao redor. Pequenos momentos de presença quebram o ritmo frenético da sociedade do desempenho.


No fim, Han propõe um olhar mais humano para a vida: menos cobrança, mais contemplação. Talvez o segredo não seja fazer mais, mas aprender a simplesmente SER.


Lembre-se: Ninguém ganha uma medalha por ter ignorado os sinais de cansaço.


Então, como seria a sua (a minha, a nossa) rotina se começássemos a viver sem sentir que estamos sempre correndo contra o relógio?

"A vida plena não é a que se consome no desempenho, mas a que sabe celebrar a contemplação e o tempo livre." Byung Chul Han

O link para conteúdo que também ajudou a inspirar esse texto e com mais informações, bastante relevantes: https://gente.globo.com/sociedade-do-cansaco/


Com amor e um pouco de cansaço 

Erika

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